Se aproximando a festa de Nossa Senhora de Lourdes (11 de fevereiro)…
…publicamos o comovedor relato de um milagre de Santa Bernadette, tirado do blog “Lourdes e suas aparições” (O milagre do sorriso de Nossa Senhora no rosto de Santa Bernadette):
Um dia, um sacerdote se aproximou de nós diante de Grota e nos mostrou um velho no meio da multidão.
Ele estava piedosamente ajoelhado e rezava com os braços em cruz.
“Interrogai-o, disse o sacerdote, nós o chamamos de ‘o miraculado do sorriso da Virgem”.
Nós nos aproximamos do peregrino, e ele com o melhor charme do mundo, nos contou sua história.
Ele era o conde de Bruissard, e efetivamente ele vira o sorriso da Virgem, da mesma maneira que nós vemos o reflexo do sol num lago de águas puras e tranquilas.
Ele o viu refletido no rosto transfigurado de Santa Bernadette. Eis o que ele nos contou:
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“Estava eu em Cauterets, conta-nos ele, no momento em que se falava tanto das aparições. Não acreditava mais nestas aparições do que na existência de Deus.
Era um libertino e, mais do que isto, era um ateu.
Tendo lido em um dos nossos jornais que Bernadete tivera uma aparição, no dia 16 de julho, e que a Virgem lhe sorria, resolvi ir a Lourdes, por curiosidade, e tomar a menina em uma flagrante mentira.
Dirigi-me à casa dos Soubirous, e lá encontrei Bernadete no limiar da habitação, consertando um par de meias pretas.
A mim Bernadete pareceu bastante vulgar. Entretanto, o seu aspecto sofredor tinha uma certa doçura.
A meu pedido ela me contou as suas aparições com uma simplicidade e segurança que me impressionaram. Enfim, disse-lhe eu, como é que esta bela Senhora sorria?…
A jovem pastora olhou-me com certo espanto e, após um momento de silêncio, assim falou:
— Oh! senhor, para reproduzir esse sorriso, seria preciso ir até ao céu.
— E não poderíeis vós reproduzi-lo para mim? Sou um incrédulo, e não creio em vossas aparições.
O semblante da jovem anuviou-se, e tomou uma expressão severa: — Então, o Senhor julga-me uma mentirosa?
Senti-me desarmado. Não, Bernadete não era mentirosa, e quase que me pus de joelhos a pedir-lhe perdão.
— Já que sois um pecador, respondeu ela, eis qual foi o sorriso da Virgem.
Lentamente, a jovem elevou-se, juntou as mãos e esboçou um sorriso celestial que jamais eu vi em lábios mortais. Sua fisionomia iluminara-se de um reflexo perturbador.
Ela ainda sorria, com os olhos elevados ao céu, e eu estava de joelhos aos seus pés, certo de ter admirado no semblante da vidente o sorriso da Santíssima Virgem.
Desde então conservo comigo no íntimo da alma esse sorriso divino. Ele secou muitas de minhas lágrimas.
Perdi minha mulher e minhas duas filhas, e não me parece estar só no mundo: Vivo com o sorriso da Virgem.
Eu vivo com o raio de luz que ilumina e embelece as ruínas da minha existência”.
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Retirado de: “Le Triomphe de Lourdes”, 5ª ed., Victor-Havard Éditeur, 168, Boulevard Saint-Germain, Paris, 1893, 366. Páginas 119 e ss.
Fonte: http://luzesdeesperanca.blogspot.com.br/
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