Veja aqui a parte I: http://www.adf.org.br/home/2015/10/a-noite-em-que-eu-enfrentei-meus-demonios-parte-i-conheca-o-testemunho-de-um-homem-que-teve-a-vida-transformada-depois-de-uma-confissao/
Tive um sonho estranho certa noite.
Encapuzado, como um ativista pelos direitos dos animais, eu corria dentro do hospital, rasgando prontuários e dizendo a todos os pacientes que eles pelo menos estavam livres.
No mínimo, bizarro.
Outra noite, fiquei até mais tarde no bar, bebendo sozinho depois que meus amigos haviam saído.
Eu estava meio bêbado e não havia por que ir para casa, quando, de repente, me sobreveio de não sei que lugar um forte sentimento de paranoia, literalmente assustador.
Por um momento, aquele aconchegante bar no qual eu tomava alguns driques se tinha transformado em um antro de horrores.
Era como se eu estivesse vendo pela primeira vez aquele lugar como ele realmente era: uma caverna suja repleta de alcoólatras caloteiros e derrotados, e ali estava eu, um membro completo do clube.
Os que ali bebiam com frequência eram desconhecidos para mim, mas eu comecei a suspeitar más intenções de cada olhadela deles em minha direção. Senti-me tão sozinho.
Comecei a ficar gelado e a suar, à procura de uma rota de fuga.
Um terrível sentimento de morte iminente invadiu a minha cabeça.
Eu tinha certeza de que estava para conhecer o meu fim, ou por violência, ou por alguma doença repentina.
Minha mente saltava de um lugar para outro considerando todas as possibilidades e, então, com grande claridade e certeza, eu sabia que tinha que confessar os meus pecados a um padre sem demora, ou estaria condenado eternamente.
Como um jovem “na ativa” em uma grande cidade, o pecado não me era estranho, como se pode ver, mas, até aquele momento, eu nunca havia percebido os seus efeitos de morte sobre a minha alma.
Saí do bar como que perseguido por uma horda de demônios e fiz o caminho até a entrada do hospital, onde havia uma cabine telefônica.
Eram cerca de 9 da noite e ainda estava claro.
Eu não pertencia a nenhuma paróquia, para quem ligar? As páginas amarelas listavam as igrejas da cidade e um nome saltou diante dos meus olhos.
Era uma igreja jesuíta. Lembrei-me de ouvir sobre o seu carisma missionário enquanto estudante de colégio católico.
Com certeza eles poderiam me ajudar…
Continua…