Dr. Plínio Correa de Oliveira – grande líder católico brasileiro.
Consagração a Nossa Senhora: elemento capital de nossa vida.
Em matéria de piedade devemos evitar que fiquemos apenas em superficialidades. Com efeito, certos espíritos podem facilmente cair na ideia de que a simples oração é suficiente para nos manter ligados a Nossa Senhora.
A consagração a Nossa Senhora, por exemplo, feita habitualmente de modo tão solene e festivo, fala muito aos sentidos e à imaginação.
Por isto mesmo podem certas pessoas facilmente formar a ideia de que o simples ato estabelece entre nós e Nossa Senhora um vínculo tão profundo, que basta por si mesmo e para todo o sempre, sem mais deveres, para nos manter unidos a Ela.
Tal é a condição do homem nesta Terra que, mesmo as melhores coisas e as mais louváveis são suscetíveis de abuso. Não porque nelas haja qualquer coisa de mal, mas porque o mal está no homem, cuja natureza decaiu com o pecado original.
Assim se pode dizer que essas exterioridades tão úteis, tão oportunas, tão sábias, tão necessárias à natureza do homem, podem, entretanto, ser usadas de modo errado, fazendo com que todo o significado do ato seja esquecido.
Realmente, é preciso que nos compenetremos bem de toda a essência da nossa vinculação a Nossa Senhora, por meio de uma consagração especial e interior
a Ela.
Esta, sim, é o elemento básico da nossa condição de escravos da Santíssima Virgem.
O principal, portanto, é que a consagração a Nossa Senhora conserve e aumente em intensidade ao longo da vida inteira.
Deve-se pois compreender que é nessa atitude que consiste o liame que nos prende a
Nossa Senhora.
Assim portanto é de capital importância que nossa consagração a Nossa Senhora seja por nós reputada como o elemento capital da nossa vida.
Em que consiste a verdadeira consagração a Nossa Senhora
Se estas verdades são muito fáceis de enunciar e por si mesmas se provam, entretanto é mais difícil precisar bem no que consiste a verdadeira consagração a Nossa Senhora.
E especialmente de que modo essa consagração deve efetivar-se em nosso século.
A característica de apostolado de leigos – como é o nosso – consiste em agir no seio da sociedade civil para promover a salvação das almas por todos os meios lícitos, inclusive pela impregnação do espírito da Igreja em todos os valores próprios à esfera temporal.
Não se trata portanto, para nós, de evitar as coisas do século enquanto tais, não se trata de fugir para uma Tebaida ou para o recesso sagrado de uma ordem estritamente contemplativa, nem sequer de vivermos a vida conventual numa ordem consagrada ao apostolado externo.
Trata-se para nós, isto sim, de ordenarmos para Deus os valores do século, que foram criados para Ele e dos quais se deve exigir que Lhe dêem glória. Trata-se de comunicar a esses valores o seu verdadeiro caráter cristão.
Necessidade de conhecer os elementos positivos e negativos da época em que vivemos
Em tais condições, é preciso termos uma ideia exata de como a consagração a Nossa Senhora se realiza no século. Mas falar do século apenas em tese é dizer pouco.
Cumpre tomar em consideração como a sociedade temporal vive em nossos dias e as peculiaridades da época em que estamos. Fazendo-o, devemos ter em mente os elementos positivos bem conhecidos, mas não devemos esquecer o elemento negativo.
Quem é o príncipe deste mundo? Qual é o inimigo ao qual nós não devemos servir? Qual é aquele outro “senhor”, que também nos pede que nos consagremos a ele e que é incompatível com a Senhora Excelsa a quem protestamos servir?
Sem que recusemos a este “senhor” toda forma de serviço e vassalagem, sem que o combatamos sempre e por toda parte, nossa consagração a Nossa Senhora não será verdadeiramente plena.
E assim nós passamos de termos genéricos de nossa tese para o ponto flagrante de nossa consagração, como ela deve ser realizada em nossa vida de filhos da Igreja militante.
Isto implica em perguntarmos no que consiste a consagração a Nossa Senhora de nossas pessoas e dos genuínos valores da sociedade temporal.
Deus, causa final do universo
A noção corrente a tal respeito, inteiramente verdadeira e imensamente preciosa, parte da consideração de Deus como “causa final do universo”.
Sendo Deus o fim de todas as coisas, é normal que todas sejam ordenadas para Ele, o que se dá mediante a ordenação de todos para o cumprimento da Lei, a salvação das almas e a exaltação da Igreja na Terra.
São tão verdadeiros, tão claros e tão conhecidos estes princípios, que não me deterei em os expor mais longamente.
(Continua…)
* * *
Fonte: Trechos da conferência do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em 15.11.58 – “Mensageiro do Carmelo” – n. especial, 1959
2 Comentários
Oração à Nossa Senhora do Carmo:
Ó bendita e imaculada Virgem Maria, honra e esplendor do Carmelo! Vós que olhais com especial bondade para quem traz o vosso bendito escapulário, olhai para mim benignamente e cobri-me com o manto de vossa maternal proteção.
Fortificai minha fraqueza com o vosso poder, iluminai as trevas do meu espírito com vossa sabedoria, aumentai em mim a fé, a esperança e a caridade. Ornai minha alma com a graça e as virtudes que a tornem agradável ao vosso Divino Filho. Assisti-me durante a vida, consolei-me na hora da morte com a vossa amável presença e apresentai-me à Santíssima Trindade como vosso filho e servo dedicado; e lá do céu, eu quero louvar-vos e bendizer-vos por toda a eternidade.
Nossa Senhora do Carmo, libertai as benditas almas do purgatório. Amém.
Salve Nossa Senhora do Carmo,interceda junto a Jesus e que ele renove a minha saúde.Louvado seja a Santíssima Trindade.