Plínio Correa de Oliveira – “A atitude de uma alma durante o mês de Maria”
Sendo o mês de maio todo ele dedicado a
Nossa Senhora,
Pedem-me para dizer algo sobre como se aproveitar esse mês, principalmente na linha da reparação do pecados cometidos contra o Seu Imaculado Coração, como tenho insistido.
É realmente uma muito boa ideia e eu poderia indicar o modo seguinte: este mês é dedicado a Nossa Senhora e é um mês de festas. E naturalmente pelo hábito e pela propriedade do assunto, nosso espírito se volta para festejar Nossa Senhora durante esse mês.
Acontece que há um princípio de bom senso, pelo qual não se festeja uma pessoa que está passando por um pesar muito grande.
Por exemplo, a uma mãe que está com seu filho muito doente, não se vai, durante a doença do filho, fazer para ela uma festa de aniversário. Porque o ânimo dela não dá para isso.
Então é a ocasião de se testemunhar a ela veneração, carinho etc., mas testemunhar por outra forma, quer dizer, solidarizando-se com a dor dela.
Dizer duas coisas: eu me lembro que é o seu aniversário, compreendo que boas disposições essa data evoca em mim, mas considerando seu estado, sua situação, eu queria lhe dizer também quanto me pesa vê-la passar por essa provação, e faço votos para a melhora de seu filho. É o que qualquer pessoa sensata diria.
E é o que nós também devemos dizer a Nossa Senhora. Devemos dizer que nos lembramos de todas as razões perenes de alegria que Ela é para todos os católicos, em todas as circunstâncias.
Nossa Senhora é de tal maneira causa nostrae laetitiae, como se diz na ladainha Lauretana, que Ela foi razão de alegria para nós, até mesmo na mais triste das situações, que foi quando Nosso Senhor Jesus Cristo morreu. Até nessa ocasião, a presença dela era um elemento de alegria e de satisfação para nós.
De outro lado, por causa disso, compreender que uma atitude de mera comemoração festiva não tem propósito, e que nós devemos, à rememoração de toda alegria que Ela nos dá, juntar a consideração de toda a tristeza que Ela tem nas circunstâncias atuais, e vivermos nessa tristeza. Ter essa tristeza em vista.
Ter essa tristeza em vista não é apenas comparecer ao Santo do Dia, ou a uma cerimônia e compungir-se com aquilo naquele momento.
Mas é saber na ponta da língua as razões da tristeza dela. E a qualquer momento podermos rememorar isso.
E isto é tão fácil de lembrar:
Uma conjuração que tenta perpetrar o pior dos crimes, depois do deicídio, que é de fazer cair em erro e, portanto, tentar aniquilar a Igreja Católica Apostólica Romana(*).
Isso é um crime terrível, porque contra a glória de Deus nada se pode planejar de mais nefando, contra a salvação das almas não se pode fazer nada de mais eficaz; para realizar o tentame do demônio não se pode fazer nada que mais lhe convenha porque essa é a substância do tentame
do demônio.
Liquidar a Igreja Católica é claro que ele não poderá, porque a Igreja é imortal. Mas pode, pelo menos, levar as coisas tão longe quanto nessa linha ir possam. E é preciso dizer que elas são susceptíveis de ir mais longe do que nós imaginávamos.
Ora, esse crime enunciado por essa forma deve nos causar uma indignação sem nome, deve nos causar um protesto de todo nosso ser. Porque nós amaremos a Deus na medida em que odiarmos esse crime.
Nós podemos fazer o teste de nosso amor de Deus através da atitude da reação de nossa alma diante desse crime.
Se na hora em que tentam matar o Corpo Místico de Cristo minha indignação é pequena, não tem dúvida que o meu amor é pequeno.
Imaginem que uma pessoa vem me matar e eu tenho um amigo que olha: “Ahhn, coitado do Dr. Plínio! Mau bocado que está passando agora! Enfim, vamos ver como é que ele se sairá disso. Eu agora preciso fazer minha barba”.
Eu saro, vem ele de encontro a mim: “Oh! amigo, como eu o estimo!” – Tenha a santa paciência! Eu há pouco estive no pior dos apuros, você foi fazer sua barba. Você teve uma babugem de comiseração a meu respeito e você vem dizer que é meu amigo? Onde é que está a coerência disso?
Essa sua amizade que você ostenta a mim, essa amizade é uma caçoada, é um escárnio. Saia com essa sua amizade, não a quero para mim. Amizade de fariseu!
Então, a atitude que nós temos em relação aos inimigos da Igreja é o termômetro de nosso amor à Igreja. E o ódio que nós temos ao crime que se está praticando é o termômetro de nosso amor a Nossa Senhora.
* * *
(*) Duas alocuções de Paulo VI trataram especialmente da crise na Igreja: na primeira anunciou que a Igreja estava sendo vítima de um misterioso “processo de auto-demolição” (alocução de 7-12-68) e que nela penetrara a “fumaça de Satanás” (alocução de 29-6-72).
1 Comentário
As portas do inferno nunca prevalecerão sobre a Igreja Católica, a verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Disse Jesus a Simão Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja”. Ele não disse: “as minhas Igrejas”. Portanto a Igreja de Jesus Cristo é Una Santa Católica Apostólica Romana, que perpetua há mais de dois mil anos. As demais foram criadas por dissidência, por homens enraivecidos, pensando somente na prosperidade, fustigados por satanás para destruírem a Igreja Católica. Isto jamais acontecerá.