A ideologia do gênero: o “paradoxo norueguês”

Harald Eia, comediante norueguês autor do documentário "lavagem cerebral"

Federico Cenci

Um famoso documentário escandinavo demonstra a inconsistência científica dessa ideologia.

Após do debate decorrente, as instituições cortaram os fundos para o Nordic Gender Institute.

Atualmente, nos países Escandinavos, a ideologia do gênero está se derretendo como um bloco de gelo no mar de Barents com a aproximação da temporada de verão.

Um fato prova tudo.

Em 2011, o Conselho de Ministros dos governos dos países nórdicos decidiu suspender os financiamentos para o Nordic Gender Institute, ativíssimo centro de pesquisas sobre a igualdade de gênero e da bandeira da ideologia de gênero.

A decisão foi tomada na sequência de um debate que apaixonou a opinião pública escandinava por vários meses.

Quem suscitou esse debate foi a transmissão na TV Nacional Noruega de um documentário feito pelo sociólogo e ator Harald Eia, famoso no país por ser protagonista de um programa de comédia.

O documentário se chama Hjernevask (lavagem cerebral) e tem a vantagem de investigar meticulosamente a eventual presença de fundamentos científicos da ideologia de gênero, segundo a qual as mulheres e os homens seriam diferentes apenas do ponto de vista físico, porque as atitudes constituiriam personagens não inatos, mas sim formados por imposições culturais que devem
ser eliminadas.

No primeiro episódio Eia examina o que ele chama de “paradoxo norueguês”. A sua pesquisa começa pela Universidade de Oslo, onde encontra Camilla Schreiner, autora de uma pesquisa que mostra dados surpreendentes sobre as escolhas e os interesses dos trabalhadores dos dois sexos.

Dados que demonstram que na Noruega, depois de anos de políticas pela igualdade de gênero, as diferenças entre homens e mulheres são mais acentuadas do que no passado.

Os assim chamados “estereótipos” são confirmados justamente no País que lidera a nível mundial em campo de respeito pela igualdade de gênero: a prova é que 90% dos enfermeiros são mulheres e 90% dos engenheiros são homens.

A conclusão a que chegaram os especialistas é, portanto, que, onde se concede maior liberdade de expressão, sem condicionamentos, as mulheres e os homens expressam escolhas diferentes.

Teoria corroborada também por um outro fator: em Países onde a igualdade de gênero continua a ser uma quimera (Arábia Saudita, Paquistão, Malásia …), as mulheres preferem atividades profissionais técnicas, uma vez que são vistas como um meio de emancipação, ou simplesmente, como oportunidades de emprego com mais oferta.

Esta pesquisa seria suficiente para quebrar a ideologia de gênero, ou, pelo menos, para desencadear um debate. O qual, no entanto, é rejeitado por
seus partidários.

Defensores da ideologia de gênero “tateiam no escuro”

Quem prova isso, no documentário, é Cathrine Egeland, filósofa que trabalha no Instituto de pesquisa do trabalho, e Jørgen Lorentzen, do Centro de Pesquisa Interdisciplinar sobre Gênero da Universidade de Oslo.

Este último define “estudos ultrapassados” as teorias de que as diferenças entre homens e mulheres são devidas, mais do que a aspectos culturais, também e sobretudo a fatores biológicos. E sorri sarcasticamente quando o entrevistador aponta a existência de qualificadas pesquisas sobre a origem inata das diferenças sexuais.

Para ir além desse sorriso soberbo, Eia pega a estrada e decide reunir-se pessoalmente com os autores daqueles estudos que Lorentzen acredita ser “superados”.

Cruza, assim, a Noruega, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos e visita algumas das mais prestigiadas universidades do mundo. É aqui que fala com professores de psicologia, medicina e sociologia.

O prof. Trond Diseth, do Oslo University Hospital, expõe seu próprio estudo, elaborado trabalhando com crianças que apresentam deformações genitais, o qual demonstra que as escolhas das crianças sobre os brinquedos são diferentes entre homens e mulheres a partir da idade de nove meses.

Crianças ainda menores foram examinadas pelo prof. Simon Baron-Cohen, membro do Trinity College, o qual conseguiu demonstrar que existem características inatas e diferentes nos cérebros dos neonatos masculinos e femininos e que estas diferenças se devem também à qualidade de testosterona produzida.

Todos os especialistas entrevistados por Eia afirmam que as diferenças sexuais são principalmente de caráter biológico, mas eles não excluem a existência de influências ambientais.

Pelo contrário, os mero-meros da “gender theory” se orgulham de negar todo impacto biológico fundando as suas teses somente nos aspectos culturais e – como dizem eles mesmos – sobre a teorética, ou seja, em uma atividade sem efeitos práticos.

Esta abordagem fundamentalista aparece óbvia na última parte do documentário. Eia volta aos defensores do gênero noruegueses trazendo consigo os vídeos filmados com os especialistas que demonstram a validade da origem biológica da identidade sexual. Confrontados com a evidência científica, eles parecem tatear no escuro.

Um bom exemplo é a resposta que dá Cathrine Egeland, que justifica o seu apoio ao gênero com estas palavras: “Acredito que as ciências sociais deveriam desafiar um pensamento que se baseia no dizer que as diferenças sexuais são biológicas”.

Desafiar? O papel das ciências não deveria, pelo contrário, ser o de alcançar, por meio de uma pesquisa inclusiva de todas as hipóteses, uma descrição
da realidade?

A resposta da filósofa norueguesa demonstra duas coisas. Em primeiro lugar a inconsistência científica do gênero, e depois, a tentativa dos seus partidários de assumir uma batalha ideológica para remodelar a sociedade de acordo com suas abstrações.

Esse engano foi notado até mesmo na Escandinávia, dado que cortaram os fundos destinados ao Nordic Gender Institute.

*   *   *

O vídeo na língua original com legendas em português pode ser visto aqui

Fonte: http://www.zenit.org/

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