Paulo Roberto Campos
Continuação do post: A Extrema gravidade do Perigo Islâmico (Parte I)
Cristãos martirizados no mundo muçulmano
Relata o jornal português “Observador” (edição on-line de 10-1-15): “Desde o fim do ano, mais de 10 mil pessoas abandonaram a região da cidade de Baga (Nigéria) com medo da chegada
dos terroristas”.
“A carnificina humana levada a cabo pelos fundamentalistas do Boko Haram em Baga é enorme”, declarou à AFP Muhammad Abba Gava, porta-voz dos combatentes civis que tentam frear o avanço dos terroristas do Boko Haram (nome que, na língua local, significa “educação não islâmica
é pecado”).
Eles tentam implantar a qualquer custo um Califado na região, nos mesmos moldes dos jihadistas do “Estado Islâmico” que guerrilham no Iraque e
na Síria.
Neste sentido, a agência vaticana FIDES alertou: “A crise no nordeste da Nigéria está se estendendo cada vez mais aos países vizinhos, com ameaças, como as de um vídeo atribuído ao líder do Boko Haram, Aboubakar Shekau, contra o Presidente dos Camarões, Paul Biya”.
No vídeo ele ameaçou “aumentar a violência nos Camarões se o país não abolir a Constituição e adotar a lei do Islã” (cfr. ACI, 10-1-15).
Segundo nota distribuída pela “Agência Ecclesia” (12-1-15), “cerca de mil igrejas cristãs na Nigéria foram destruídas nos últimos quatro anos”.
De acordo com o Pe. Obasogie, “só entre os meses de agosto e outubro de 2014, foram saqueadas e incendiadas naquele território pelo menos 185 igrejas”. O mesmo sacerdote avalia que “190 mil pessoas tiveram que fugir de suas casas para escaparem à morte e muitas outras já perderam
a vida”.
Em entrevista concedida em 12 de janeiro último ao programa Newsday da BBC, o arcebispo da cidade de Jos, Dom Ignatius Kaigama, deplorou que o massacre em Baga “é uma tragédia monumental. Deixou todos na Nigéria muito tristes. Mas parece que estamos desamparados”.
Sua lamentação referia-se à falta de apoio internacional para conter essas atrocidades.
Prolongada indolência do mundo ocidental ex-cristão
Logo após os atentados islâmicos em Paris, realizaram-se grandes manifestações em toda a França, e também em outros países.
No entanto, para citar apenas o recente massacre em Baga, cabe perguntar: onde ocorreram manifestações públicas de protesto contra a carnificina cometida pelo terror islâmico nessa cidade nigeriana?
Em que lugar do mundo algum órgão da mídia com suas vistosas manchetes denunciou o espantoso homicídio coletivo? E quais autoridades mundiais lamentaram esse crime brutal?
Em 17 de dezembro passado (dia do aniversário do Papa Francisco), centenas de dançarinos de tango bailaram nas proximidades da Basílica de São Pedro. A esse respeito, o historiador italiano Roberto de Mattei escreveu em artigo para o diário milanês “Il Foglio”, em 3-1-15:
“Provavelmente os historiadores de amanhã se lembrarão que em 2014, na Praça de São Pedro, dançava-se tango enquanto os cristãos eram massacrados no Oriente e a Igreja estava à beira de um cisma.
Essa atmosfera de leveza e de inconsciência não é nova na História. Em Cartago, recorda Salviano de Marselha, dançava-se e banqueteava-se na véspera da invasão dos Vândalos.
E em São Petersburgo — de acordo com o testemunho do jornalista americano John Reed —, enquanto os bolcheviques se apoderavam do poder, os teatros e restaurantes continuavam lotados.
O Senhor, como diz a Escritura, cega aqueles que Ele quer perder (Jo 2, 27-41)”.
Maomé Renasce
Plínio Correa de Oliveira – na revista “Legionário”, 15-6-1947.
“Quando estudamos a triste história da queda do Império Romano do Ocidente, custa-nos compreender a curteza de vistas, a displicência e a tranquilidade dos romanos diante do perigo que se avolumava […].
Desta ilusão, vivemos ainda hoje. E, como os romanos, não percebemos que fenômenos novos e extremamente graves se passam nas terras do Corão.
Falar na possibilidade da ressurreição do mundo maometano pareceria algo de tão irrealizável e anacrônico quanto o retorno aos trajes, aos métodos de guerra e ao mapa político da Idade Média […].
Todas estas nações [maometanas] — estas potências, podemos dizer — se sentem orgulhosas de seu passado, de suas tradições, de sua cultura, e desejam conservá-las com afinco.
Ao mesmo tempo, mostram-se ufanas de suas riquezas naturais, de suas possibilidades políticas e militares e do progresso financeiro que estão alcançando. Dia a dia elas se enriquecem […].
Nas suas arcas, o ouro [adquirido pelo alto valor do petróleo] se vai acumulando. Ouro significa possibilidade de comprar armamentos. E armamentos significam prestígio mundial […].
Tudo isto transformou o mundo islâmico, e determinou em todos os povos maometanos, da Índia ao Marrocos, um estremecimento […].
O nervo vital do islamismo revive em todos estes povos, fazendo renascer neles o gosto pela vitória.
A Liga Árabe, uma confederação vastíssima de povos muçulmanos, une todo o mundo maometano. É, às avessas, o que foi na Idade Média a Cristandade. A Liga Árabe age como um vasto bloco, perante as nações não árabes, e fomenta por todo o norte da África a insurreição […].
Será preciso ter muito talento, muita perspicácia, informações excepcionalmente boas, para perceber o que significa este perigo?”
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