“Católicos de esquerda articulam pressão sobre o próximo Sínodo da Família” – Mathias von Gersdorff
Um dos aspectos mais importantes no pontificado do Papa Francisco é a Pastoral do Matrimônio e da Família.
Para analisar e debater as exigências de nosso tempo, convocou ele a Assembleia Extraordinária do Sínodo sobre a Família realizada em outubro de 2014, a qual deveria preparar para o Sínodo sobre a Família marcado para outubro de 2015.
Esses dois Sínodos estão sendo utilizados pelo catolicismo de esquerda como uma ocasião muito propícia para fazer propaganda de sua “visão” revolucionária da Igreja e de seu Magistério.
A ponta de lança do catolicismo reformista de esquerda é o movimento “Nós somos Igreja”. Há cerca de 20 anos vem ele propugnando uma Igreja igualitária e favorecendo uma concepção liberal da moral católica:
Destruição da diferença entre clérigos e leigos, abolição do celibato, aceitação de relações sexuais extraconjugais, novo casamento após o divórcio, compreensão em relação ao aborto, etc.
Movimento “Nós somos Igreja”: muitos “atualizados” ideologicamente…
Dessa forma o movimento “Nós somos Igreja” propaga dentro da Igreja Católica todas as posições defendidas no campo temporal por diversas organizações e ativistas da revolução sexual segundo o espírito do movimento de Maio de 1968 da Sorbonne.
Por causa das discussões, provocadas pelas declarações do Cardeal Kasper sobre uma possível reavaliação da situação dos católicos desquitados e recasados, vieram à tona os temas definidos por “Nós somos Igreja”.
Durante muito tempo, quase não se ouvia falar deste assim-chamado “movimento de base”. De certo modo, o Cardeal Kasper tirou-o do esquecimento em que jazia.
Apesar de sua falta de atividade, o citado movimento não permaneceu estagnado ideologicamente no tempo. No documento de trabalho “Textos e subsídios para o Sínodo das Famílias 2014-2015” ele incorpora inteiramente os últimos “avanços” da revolução sexual dos últimos anos.
Infiltrar todos os campos: objetivo dos progressistas
Assim “Nós somos Igreja” hoje é a favor de uma avaliação positiva da homossexualidade e das parcerias homossexuais, postula uma avaliação positiva do “amplo espectro de relacionamentos sexuais de diferentes intensidades e formas de expressão”, exige a aceitação dos meios artificiais de contracepção etc.
Essas exigências, que constam de um documento intitulado “Sexualidade como força dispensadora de vida”, revela com amplidão o pensamento de seus autores.
O seu conceito de família defendido por eles mal se diferencia do que pensam os ideólogos da “doutrina de gênero”:
“Podem-se encontrar cristãs e cristãos honestamente engajados em questões de família e parceria em diferentes formas de vida e de família: matrimônios bem constituídos com ou sem filhos, casamentos e parcerias fracassados, segundos casamentos bem sucedidos, mães e pais solteiros, famílias não estruturadas, parcerias homossexuais com ou sem filhos, solteiros vivendo em redes semelhantes a famílias…”
Porém “Nós somos Igreja” não se limita apenas a fazer exigências e a redigir documentos de trabalho. Quer atuar em todos os campos, a fim de instituir uma Igreja revolucionária.
Uma lista com quase 20 “Possibilidades de Ação Local” explica a seus seguidores como tornar conhecidas as ideias do movimento.
Um “calendário do Sínodo” esclarece as etapas mais importantes até a realização do Sínodo em outubro deste ano, bem como coordena as atividades em todo o território nacional (da Alemanha), a fim de obter o maior êxito possível.
Pastores que não afugentam o lobo
Em resumo: “Nós somos Igreja” organizou uma verdadeira campanha, visando introduzir a revolução sexual na Igreja, mediante o Sínodo das Famílias 2015.
Naturalmente esse movimento não está agindo isoladamente na Alemanha. Uma série de teólogos subvencionados realiza o trabalho intelectual prévio para anular a moral católica a respeito do sexo e matrimonio. Eles publicam seus trabalhos em editoras renomadas como a Herder
ou a Patmos.
Em seus escritos são reproduzidas praticamente todas as teses da revolução sexual, inclusive os novos desenvolvimentos a respeito da “teoria de gênero”.
A única tarefa que os ativistas de “Nós somos Igreja” têm que realizar é ler estes livros, a fim de coletarem numero suficiente de argumentos a serem utilizados na sua campanha de propaganda.
Em suma, existe na Alemanha uma montagem muito bem preparada para levar a cabo a destruição de doutrinas fundamentais do Magistério eclesiástico.
É quase supérfluo dizer que poucos são os membros do Episcopado alemão que refutam as absurdas exigências de “Nós somos Igreja”. Muitos prelados apoiam até a implementação das ideias do Cardeal Kasper a respeito da pastoral familiar.
Neste contexto é irrelevante o fato de que tais ideias tenham sido refutadas muitas vezes, entre outros, pelo Cardeal Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. De qualquer modo querem os progressistas adaptar a Igreja ao espírito do mundo neopagão.
Naturalmente esta situação não é nova. A determinação com que se quer descartar a autêntica moral sexual e matrimonial católica, é que
constitui novidade.
Católicos poloneses, croatas e africanos na Alemanha:
valioso apoio
Deve-se agradecer o fato de que a Igreja Católica na Alemanha não tenha enveredado numa via própria, em grande medida, devido aos fiéis católicos provenientes da Croácia, Polônia e África . Sem esses católicos, não existiria mais a vigência da Fé em muitos lugares, sobretudo nas
grandes cidades.
E eles se tornam cada vez mais ativos e atualmente se engajam nos assuntos internos da Igreja. O catolicismo reinante na Alemanha, constituído pelos conselhos de católicos leigos reformistas que ocupam cargos decisivos, vai aos poucos encontrando resistência.
A esperança para a Igreja Católica na Alemanha provém de fiéis oriundos de países e regiões nas quais a Fé ainda não se extinguiu tanto quanto aqui
entre nós.
Da Polônia, da Ásia, da África, bem como dos Estados Unidos, surgiu a maior resistência durante o Sínodo dos Bispos de 2014 contra a desmontagem da moral sexual e matrimonial. E o vigor da tendência progressistas origina-se de uma parte do episcopado alemão, que se alinhou às teses do Cardeal Kasper.
E a esperança se funde também nos próprios católicos alemães. Durante muito tempo eles permitiram que a mentalidade liberal de esquerda se difundisse na Igreja alemã. Contudo, esses católicos estão se organizando e tornando-se cada vez mais ativos.
O Coração de Maria triunfará
É ainda incerto o desfecho deste confronto. Entretanto uma coisa é certa: a Igreja Católica na Alemanha ruma em direção a tempos turbulentos.
“Mas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará”, prometeu Nossa Senhora em Fátima.
Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!
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Fonte: http://www.abim.inf.br/
3 Comentários
O pior de tudo é constatar que existem sacerdotes aderindo na sua vida diária a esses mesmos ensinamentos e incentivando as ovelhas, por seu mal testemunho, escandalizam a cada dia o Evangelho, Deus tenha misericórdia!
Virgem Santíssima, Nossa Senhora de Fátima, destrua as heresias dentro da Igreja Católica e afugente os de coração endurecido. Mande Vossos Anjos celestiais aniquilar as maquinações diabólicas. Acabe com as falsas revoluções que trazem destruição e perdição das almas, num falso ecumenismo. Virgem Santíssima das Graças, rogai por nós diante de Vosso Filho Redentor pela conversão dos pecadores. Amém.
MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VOS. JUNTO-ME, COMO JÁ ESTOU HÁ MUITO, A VOS, QUE LUTAIS PARA QUE TAIS ABSURDOS NÃO SEJAM IMPOSTOS, E NÃO TENHAM VITÓRIA. LUTEMOS CONTRA AS POTESTADES E PRINCIPADOS DO MAL, QUE ESTÃO ESPRAIRADOS POR TODOS OS LUGARES, TODOS OS ARES, INCLUSIVE NA NOSSA IGREJA. AMÉM.