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O Segredo de La Salette – hoje inteiramente tornado público – contém advertências para o clero relaxado no cumprimento de seus deveres.
Naquele remoto ano de 1846, falando do clero de má conduta da época e dos tempos vindouros, Nossa Senhora não poupou expressões severas.
Mas nem por isso suas palavras foram menos verdadeiras.
Não poderia, aliás, ser de outro modo, uma vez que provindas da Mãe de Deus:
“Os sacerdotes, ministros de meu Filho, pela sua má vida, sua irreverência e impiedade na celebração dos santos mistérios, pelo amor do dinheiro, das honrarias e dos prazeres, tornaram-se cloacas de impureza.
“Sim, os sacerdotes atraem a vingança e a vingança paira sobre suas cabeças.
Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus, que pela sua infidelidade e má vida crucificam de novo meu Filho!
“Os pecados das pessoas consagradas a Deus bradam ao Céu e clamam por vingança. E eis que a vingança está às suas portas, pois não se encontra mais uma pessoa a implorar misericórdia e perdão para o povo.
Não há mais almas generosas, não há mais ninguém digno de oferecer a Vítima imaculada ao [Padre] Eterno em favor do mundo”.
“Deus vai golpear de modo inaudito. Ai dos habitantes da Terra. Deus vai esgotar sua cólera, e ninguém poderá fugir de tantos males acumulados.
“Os chefes, os condutores do povo de Deus negligenciaram a oração e a penitência. E o demônio obscureceu suas inteligências.
“Transformaram-se nessas estrelas errantes, que o velho diabo arrastará com sua cauda para fazê-las perecer”.
Altos eclesiásticos liberais franceses chegaram a tentar extorquir do Papa Pio IX uma proibição do Segredo, por causa de suas severas expressões de denúncia.
Mas tanto aquele bem-aventurado Papa quanto os seus sucessores recusaram os insistentes pedidos eclesiásticos de interdição do Segredo.
No século XX, a perda dos originais do Segredo nos arquivos do Vaticano deu azo a uma proibição do mesmo, longamente desejada.
Essa proibição vigoraria até se encontrar os originais que permitissem certificar a expressão mais polêmica relativa aos sacerdotes que:
“Pela sua má vida, sua irreverência e impiedade na celebração dos santos mistérios, pelo amor do dinheiro, das honrarias e dos prazeres, tornaram-se cloacas de impureza”.
Em outubro de 1999, a providencial descoberta dos originais permitiu elucidar inteiramente o caso.
As expressões questionadas estavam bem claras nos registros autênticos, não havendo razão para não atribuí-las a Nossa Senhora. Elas são historicamente verídicas.
A força da figura “cloacas de impureza” pode ter impressionado muitos espíritos no século XIX.
Porém, não tendo prestado ouvidos às prementes advertências de Nossa Senhora, chegou-se no século XXI à dolorosa realidade presente.
Inclusive algum respeitado jornalista e filósofo católico poderia ter publicado matéria com o título “Cloacas de impureza”, em alusão à apologia dos maus costumes, das más doutrinas e das más orientações pastorais assumidas por muitos altos dignitários eclesiásticos durante o Sínodo Extraordinário sobre a Família, realizado no Vaticano em outubro de 2014.
Entretanto, o caso de La Salette não é o único em que o Céu manifesta censuras análogas em relação aos clérigos prevaricadores.
(Continua…)
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Fonte: aparicaodelasalette.blogspot.com
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