Luis Dufaur
Tratou-se de de um gesto altamente simbólico, altamente polêmico contra o comunismo instalado com alguns disfarces no Kremlin.
Aconteceu em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana (1,5 milhão de habitantes) , segundo informou a revista francesa “L’Express”. E, além do mais, na própria fronteira com a Rússia, a 740 quilômetros de Moscou.
Numa noite de domingo, a maior estátua de Vladimir Lenine (1870-1924) na Ucrânia foi jogada de ponta cabeça, em meio à alegria geral.
Lenine é um dos símbolos do comunismo culpado de milhões de mortes no país.
A maioria da população da região de Kharkiv é de língua russa, mas não quer saber da Rússia, talvez pelo fato de morar perto dela e conhecer bem o miserável regime de vida que padecem seus habitantes.
Resultado: o povo optou resolutamente pela Ucrânia e pelo governo de Kiev, apesar das tentativas infrutíferas de agentes putinistas de promover o separatismo e até de invadir a sede do governo regional, de onde foram logo postos para fora.
A prefeitura local não desejava a derrubada da estátua do criminoso Lenine. Tinha sobradas razões para isso, pois achava que equivaleria a puxar o bigode da fera vizinha, que já invadiu o leste do país. E mantinha um policiamento regular para evitar a consumação do desejo popular.
Mas a juventude ucraniana professa uma destemida repulsa pelo açougueiro de milhões de seus antepassados.
E numa noite tranquila de outono, aproveitando ou o descanso ou a simpatia dos policiais, operários com maçaricos racharam a base da monstruosa estátua de bronze de 8,50 metros de altura.
O resto foi uma imensa festa, com a multidão puxando a corda e o monstruoso símbolo do crime igualitário caindo de ponta cabeça em meio à alegria geral.
Dançou-se, cantou-se, alguns levaram seus martelinhos para dar a sua contribuição e levar seu pedacinho como lembrança. O contentamento foi indescritível.
As autoridades mandaram a estátua para o ferro velho, porém alguns até ofereceram pela Internet um fragmento do símbolo odiado.
Em seu lugar foi erigido um grande Cruzeiro, para maior escárnio de Vladimir Putin.
O fato não foi pioneiro. A derrubada de estátuas de Lenine – espalhadas às centenas pelo comunismo em território ucraniano – virou notícia rotineira. Pouco antes, na cidade vizinha de Khirvik, uma estátua menor de Lenine foi serrada ao meio.
O Ministro de Interior ucraniano, Arsene Avakov, comentou no Facebook: “Lenine? Deixai-o cair. Desde que não fira ninguém. Desde que esse lixo de ídolo comunista não aumente ainda mais o número das vítimas”.
O inquérito por vandalismo, aberto como exige a lei, foi fechado logo depois. Um jovem teria se machucado sem gravidade nos festejos populares.
Fonte: flagelorusso.blogspot