“O reacionário é o que se salva hoje, eu não tenho o menor pudor de ser chamado de reacionário, me chamem de reacionário”[1].
.
A declaração é de Nelson Rodrigues, um dos maiores ícones da literatura nacional e ferrenho opositor das teses comunistas.
.
No país dos black blocks, dos rojões na cabeça de jornalistas e de crianças incineradas dentro de ônibus, se estivesse vivo ainda hoje, Nelson Rodrigues assistiria sem muita perplexidade à realização de uma de suas crônicas mais famosas: A Revolução dos Idiotas.
.
Na terra onde pisou Napoleão, porém, o processo parece sofrer um revés. Estampa a capa do semanário francês ultra-liberal Le Nouvel Observateur a seguinte manchete: A Geração Reacionária.
.
O nome é uma forma de simplificar – e, tratando-se de uma publicação liberal, pintar no mesmo nicho várias correntes diferentes, incluindo muitas que são radicais e detestáveis, da época do século 20 – o movimento liderado por católicos e outros conservadores, que tomou as ruas de Paris – e está varrendo a nação da Revolução de 1789 e o terror anti-católico –, lutando por valores tradicionais como a defesa da vida e da família.
.
A luta desse novo grupo que, ao contrário do que se vê no Brasil, não é subsidiado por nenhum partido político, não se aplica a assuntos políticos de cunho subjetivistas, em que católicos podem prudentemente discordar, mas a uma específica defesa daqueles três temas que Bento XVI chamou de “não negociáveis”[2]:
.
A tutela da vida em todas as suas fases, desde o primeiro momento da concepção até à morte natural; reconhecimento e promoção da estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher baseada no matrimônio, e a sua defesa das tentativas de a tornar juridicamente equivalente a formas de uniões que, na realidade, a danificam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu caráter particular e o seu papel social insubstituível; tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos.
Essa realidade faz ecoar no coração do homem aquela certeza que nenhuma ideologia pode cancelar: a lei natural, inscrita na alma por Deus.
.
Diante de uma “cultura relativística e consumista”, em que se nega impunemente todo e qualquer valor moral, ao ponto de confundir-se os fundamentos da humanidade, é mais do que justo que a defesa da vida – desde o primeiro momento da concepção até à morte natural, como lembrava Bento XVI –, e de outros valores igualmente importantes, se torne “o grande campo comum de colaboração” entre católicos [3].
.
A luta dessa “geração conservadora” na França, por sua vez, deu-se num contexto de ataque aberto à vida e à família.
.
Em resposta à lei do “casamento homossexual”, introduzida pelo governo socialista (chamada eufemisticamente de “mariage pour tous,” ou “casamento para todos”), uma coalizão de católicos e outras mentes conservadoras formou o “Manif pour tous” – cujos protestos multitudinários em 2013 causaram imensa aflição e embaraço para a classe política francesa.
.
Como medidas ainda mais bizarras (incluindo a procriação assistida e a “barriga de aluguel” para “casais” homossexuais) estavam para ser introduzidas pelo Governo Francês, em 2014, em uma erroneamente nomeada “Lei da Família”, centenas de milhares de franceses mais uma vez foram às ruas, a 2 de fevereiro, em Paris e Lyon. Desta vez, em meio a uma onda de impopularidade, o governo cedeu; a maior vitória para a “Geração Reacionária”.
.
A introdução de livros e programas da distorcida “ideologia de gênero” em escolas públicas está também sob uma barragem de criticismo e boicotes por pais descontentes.
.
Conservadores e católicos tradicionais em um dos países mais secularizados da terra estão mostrando que uma minoria motivada pode obter feitos em favor da família tradicional e da defesa da vida.
Fonte: Rorate Caeli| (Com adaptação)
- 1. Referências:
- Entrevista de Nelson Rodrigues a Otto Lara
- Bento XVI, Discurso aos participantes no congresso promovido pelo Partido Popular Europeu (30 de março de 2006)
- Bento XVI, Encontro e Celebração das vésperas com os Bispos do Brasil (11 de maio de 2007), n.3
1 Comentário
Ja era hora que a voz catolica se levante contra as ignomias de hoje em nome da livre direito de expressão e liberalismo para impantação de dito falso liberalismo de ideologias alheias aso reais direitos humanos,como o da VIDA,pois preconiza o ABORTO e etc..iiniciado com a adoção do PNDH3 no Brasil na era PT..
Agora esperemos que o povo catolico que são milhões no Brasil levanet sua voz nas ruas também e pressionem pacificamente sm violencias de ditos “black blocks”financiados pelo poder economico dogoverno oculto da nação..
E seja este mesmo PNDH 3 inteiramente REVOGADO para o bem de nossos filhos e netos e descendenets futuros.
Senão o caos ira se instalar na sociedade como ja vemos sinais claros, acima de discursos e retoricas usuais e vazias de seus artifices bem conhecidos na midia nacional.
Que NS de Fatima possa com seu divino poder abençoar e proteger a todos que tiverem a coragem moral de reais catolicos em levantarem-se contra tal sacrilego PNDH3.