Veja aqui a Parte I e Parte II
IV. A pregação de Montfort
Doutros temas, falava geralmente numa linguagem natural e simples, para melhor se pôr ao alcance do povo. Falando, porém, de Maria Santíssima, a sua linguagem se tornava sublime, quase sobrenatural “O Padre de Montfort – diz Blain – nos aparece como o panegirista zeloso da Santíssima Virgem, o orador perpétuo de seus privilégios e de suas grandezas, o pregador incansável da sua devoção”.
Ele é, verdadeiramente, o Padre de Maria. Sua pessoa, sua ciência, sua virtude, sua eloqüência, tudo está ao serviço da excelsa Rainha dos corações.
A característica desta pregação é o entusiasmo. Montfort ama apaixonadamente o seu assunto. Ele quer transmitir ao auditório seus sentimentos para com a Mãe de Jesus, e quer abrasar as almas, que o escutam, com o mesmo fogo que o devora.
Daí uma eloqüência forte, viril, terna, convincente, que ora raciocina, ora suplica, às vezes chora, às vezes se indigna.
“Apenas havia ele começado a obra das missões – diz o Pe. Bernardo – logo se anuncia como um dos mais ardentes defensores da glória de Maria Santíssima”.
Quantos assistiram a seus sermões sobre Nossa Senhora asseveram que ele se ultrapassava a si mesmo neste assunto: tudo era grande e sublime nele.
Grandet, um de seus contemporâneos, escreveu também:”Quando Montfort falava de Maria, fosse em particular, fosse em público, era em termos tão fortes e tão tocantes, que comovia o coração dos ouvintes, a todos transportava, e ele mesmo parecia fora de si”.
“Doutros temas, falava geralmente numa linguagem natural e simples, para melhor se pôr ao alcance do povo. Falando, porém, de Maria Santíssima, a sua linguagem se tornava sublime, quase sobrenatural”.
Certo dia, a Virgem Santíssima recompensou por um prodígio o zelo ardente que tinha o seu apóstolo para fazê-la honrada e invocada.
É a 2 de fevereiro de 1715. São Luís, na igreja dos Dominicanos, em Rochelle, celebrava as grandezas da divina Mãe de Jesus, e, como de costume, o fez com uma unção, que arrebatava os ouvintes. De repente, reproduziu-se o fenômeno contado nos “Atos dos Apóstolos” a respeito do Mártir Santo Estêvão:
Montfort aparece como um anjo do Senhor; seu rosto, extenuado pelas austeridades e pelos trabalhos, torna-se fulgurante, desprendendo raios gloriosos, que o cercam e iluminam.
A mudança foi tão grande, que ninguém mais o pôde reconhecer senão pelo seu timbre de voz.
V. O tema desta pregação
O segredo do grande missionário é o seguinte: o Coração de Jesus não reinará plenamente nas almas senão quando as encontrar inteiramente consagradas ao culto da divina Mãe.
A missão de São Luís Maria Grignion de Montfort era estabelecer o reino de Maria, para estender o reino de Jesus Cristo.
É o que nos garante o seu Tratado da Verdadeira Devoção. Este livro não é uma obra longamente preparada no silêncio dum gabinete de trabalho, para se apresentar depois como surpresa aos leitores ávidos de novidades. É o resumo da pregação de Montfort. Antes de suas idéias ao papel, o santo missionário as havia pregado centenas de vezes.
Lendo este livro sentimos logo a ausência de qualquer esforço de composição por parte do autor. Este possui inteiramente o assunto, escreve ao correr da pena, sem emenda, sem repetição, ou, melhor, escreve o que continuadamente falava desde anos.
Aliás é ele mesmo quem afirma: “Pego da pena, para escrever o que ensinei em público e em particular, nas minhas missões, durante longos anos”.
E qual era o assunto desta pregação? Podemos julgá-lo pelos dois grandes cadernos de sermões que deixou, e que ficam conservados em São Lourenço – em Sèvre – como preciosas relíquias.
O primeiro contém só algumas instruções sobre Maria Santíssima em geral. São Luís enumera os motivos da devoção a esta boa Mãe: a glória de Deus, nosso interesse, as vantagens, etc. – “Nullus cliens Mariæ peribit”, conclui o autor: “Nenhum devoto de Maria perecerá”.
O segundo caderno é exclusivamente consagrado à Santíssima Virgem. É antes um repertório de notas que uma coletânea de sermões.
São Bernardo, Santo Anselmo, São Bernardino, Santo Antonino, Guilherme de Paris, o Padre Guerric, Poiré, e outros, trazem valiosa contribuição a estas notas. O Mestre, entretanto, deixou ali os seus caracteres. Planos, divisões, pensamentos salientes, reflexões pessoais, tudo deixa entrever suas preferências e nos indicam a orientação de seu zelo.
No fundo é o mesmo tema do Tratado da Verdadeira Devoção: as excelências da devoção – os motivos – as características da Verdadeira Devoção – as práticas, e, entre todas, a perfeita Consagração de si mesmo.
A Santa Escravidão de Maria é o ponto culminante do ensino do santo apóstolo e o grande meio por ele preconizado para se obter o reino de Jesus e de sua Santa Mãe.
É o segredo do grande missionário: o Coração de Jesus não reinará plenamente nas almas senão quando as encontrar inteiramente consagradas ao culto da divina Mãe.
Para espalhar esta verdade, Montfort emprega todos os recursos de seu espírito e todas as forças de seu corpo. Prega a sua querida devoção até no túmulo, onde quer ser sepultado com as correntes de ferro, que são o testemunho da sua escravidão.
Fonte de consulta:
O Segredo da Verdadeira Devoção para com a Santíssima Virgem Segundo
São Luís Maria Grignion de Montfort
Pe. Júlio Maria de Lombaerde, S. D. N.
Co-edição:
Edições Santo Tomás
Fraternidade Arca de Maria
Serviço de Animação Eucarística Mariana
Extraído do site Espaço James
2 Comentários
onde encontro o tratado e o segredo de maria ?
Estima Tereza,
Salve Maria!
A senhora pergunta onde encontra, para adquirir, o Tratado da Verdadeira Devoção e o Segredo de Maria, de autoria de São Luis M. G. de Montfort.
Esses livros pode-se encontrar na Livraria Petrus, cujo site é: http://www.livrariapetrus.com.br ou pelo telefone (11)3331-4522/ 3331-5631, na cidade de São Paulo.
In Jesu et Maria
Marcos Aurélio Vieira