II. Origem da Santa Escravidão
Era na cidade de Paris que a devoção de Grignion devia tomar pleno desenvolvimento e receber forma definitiva: a Santa Escravidão ou dependência total da Mãe de Jesus.
Este título não era uma novidade. Antes de Montfort, muitos santos o conheciam, praticavam, e ensinavam.
Montfort é herdeiro do Cardeal de Bérulle, de Condren, Olier, Eudes, Poiré, Boudon, pois estes todos ensinavam a prática da Santa Escravidão.
Todos estes homens, santos e sábios, haviam adotado a palavra do Evangelho: “Formam servi accipiens…” – cf. Mt 20, 28; e as de São Bernardo: “Eu sou um vil escravo, para quem é suma honra ser o servo do Filho e da Mãe”; e estas de Santo Ildelfonso: “Para ser o devoto escravo do Filho, quero ser o escravo fiel da Mãe”.
Montfort foi o último discípulo desta escola de amor ardente à Mãe de Jesus. Recolheu esta sagrada herança, para passar à posteridade através do nevoeiro do jansenismo, que ameaçava tudo invadir.
Como Ele próprio o disse, leu as obras daqueles grandes homens; e pode-se afirmar mesmo, que leu todos os livros referentes a devoção a Maria Santíssima.
Conversou familiarmente com todos os grandes santos e sábios da época.
Este estudo e estas relações demonstraram-lhe que não havia outra devoção à Maria comparável à Santa Escravidão; que não havia: “nenhuma devoção que exigisse maiores sacrifícios para Deus, mais renúncia de si mesmo, e unisse as almas mais intimamente a Nosso Senhor; nenhuma, enfim, que fosse mais gloriosa para Deus, mais santificante para a alma, e mais útil ao próximo” (Tratado da Verdadeira Devoção).
Entretanto, a doutrina daqueles autores precisava ser simplificada, e ser apresentada em fórmulas claras e certas, para ficar ao alcance de todos.
Dos diversos elementos colhidos, Montfort eliminou o que era demais abstrato ou indeciso. Escolheu o que lhe servia, e, num estilo alerta, nervoso e colorido, formou o conjunto completo e homogêneo da devoção, o que constitui o seu “Tratado”.
Deste modo, a Santa Escravidão deixou de ser uma simples Consagração, mais ou menos exterior, para tornar-se uma devoção perfeita, sob uma forma admirável, que aperfeiçoa e transforma as almas. Tornou-se verdadeira escola espiritual de santidade.
III. Sua doutrina fundamental
A síntese do ensino de Grignion é a seguinte:
O fim é Deus só, palavras que se encontram a cada página de seus escritos, e que ele comenta por esta outra fórmula: “O puro amor de Deus reine em nossos corações!”.
O meio de conseguir este fim é revificar o espírito cristão pela renovação dos votos do Batismo, relembrando aos homens, à luz da fé, que Eles são o bem, a propriedade, os escravos de Jesus Cristo.
Relembra também a todos esta mesma dependência para com Maria Santíssima, pois a Ela compete, por graça, tudo quanto compete a seu divino Filho por natureza.
De direito, o cristão é o escravo de Maria. É preciso, pois, que o seja de fato. E isto se faz consagrando-se a alma, sem reserva, ao serviço de Maria, e vivendo numa completa submissão.
Este estado será para a alma uma fonte de graças especiais.
Para alcançá-las, entretanto, é preciso que o escravo não se contente só com a Consagração, embora muitas vezes renovada.
É preciso que ele viva em Maria, como na atmosfera da graça; que viva por Maria, nada fazendo sem consultá-la; com Maria, em tudo procurando imitá-la; para Maria, tudo fazendo como se Ela fosse o fim próximo.
Com esta prática, a alma fiel chegará, em pouco tempo, a uma união íntima com Deus, pois Maria é o caminho suave, curto, seguro e fácil, para levar a Jesus Cristo.
O que o santo concebeu é, pois, o reino de Jesus Cristo por Maria. É fazer conhecida e amada Maria, para fazer conhecido e amado Jesus Cristo.
É conduzir as almas acorrentadas pelo amor aos pés de Maria, para que esta boa Mãe as conduza a seu divino Filho. É o belo programa que Montfort idealizou e ao qual ia consagrar a sua existência.
Antes, porém, de o escrever e publicar, quis submetê-lo à mais alta autoridade deste mundo. Foi para Roma solicitar a aprovação do Papa Clemente XI. Este, inspirado por Deus, propôs o santo missionário e a sua doutrina como antídoto aos erros hipócritas do jansenismo.
A bênção do Santo Padre estimulou mais o zelo de Montfort. E até à morte, com ardor incrível, cumpriu a sua sublime missão de levar as almas a Jesus Cristo por Maria.
Ele fala, não como um simples padre, mas “tanquam potestatem habens”, como tendo uma missão a cumprir: a missão de anunciar o grande reino de Jesus por Maria, mediante sua devoção da Santa Escravidão.
E em toda parte por onde passa, aos pobres e aos ricos, aos pequenos e aos grandes, aos pecadores e aos justos, Ele prega Maria, sua boa Mãe… Ensina a Santa Escravidão. Ensina a devoção ao Rosário.
Grandet nos refere o apostolado de Montfort: “Estabelecia, em todas as paróquias onde pregava, a devoção da Santa Escravidão de Jesus vivendo em Maria… Esta pregação lhe suscitou não poucas dificuldades, mas atraiu também muitas graças sobre os seus ouvintes”.
Grandet ajunta um pormenor sobre os efeitos maravilhosos que esta devoção produziu nas almas mais aviltadas: “Conheci um grande número de pecadores escandalosos, aos quais ele ensinou esta devoção, bem como à prática de rezar diariamente o Rosário. Pois todos se converteram completamente, e tornou-se exemplar a sua vida. É incontável o número de pessoas dum e doutro sexo que ele fez mudar de vida por este meio”.
Fonte de consulta:
O Segredo da Verdadeira Devoção para com a Santíssima Virgem Segundo
São Luís Maria Grignion de Montfort
Pe. Júlio Maria de Lombaerde, S. D. N.
Co-edição:
Edições Santo Tomás
Fraternidade Arca de Maria
Serviço de Animação Eucarística Mariana
Extraído do site Espaço James
2 Comentários
Pedido De oração:
Meu Querido São Luís Monfort,venha em meu socorro pois,tenho um machucado que não quer se fechar,no meu tornozelo esquerdo.peço á Ele que interceda por mim a Jesus e Maria.Pois,eu sei que para o nosso Deus e Pai nada é impossível.Meu Querido São Luís Monfort interceda, ao pai,para que nos dê a sua benção e a nossa cura de todas as nossas doenças físicas e espírituiais.São Lís eu confio em tí o meu pedido!
São Luís Grignion de Montfort, vós que tanto amaste a Santíssima Virgem, roga a Ela por nós , pecadores. Obtende -nos as graças mais necessárias à nossa Salvação