Até 1998, 6.772 casos foram julgados “inexplicáveis”. Mas só 67 foram reconhecidos oficialmente pela Igreja.
O último deles foi em 9 de novembro de 2005, na pessoa de Anna Santaniello, de Salerno, Itália, curada em 19 de agosto de 1952.
Tais cifras são como “a árvore que oculta a floresta que há por trás”, segundo um ditado francês.
Com efeito, muitas pessoas não sabem que existe o Bureau e não se apresentam. Muitas outras não têm a documentação médica indispensável ou não podem voltar no ano seguinte.
Alice Couteault, foi objeto de milagre canonicamente reconhecido
Um número ainda maior é objeto de curas, que os beneficiados têm certeza de serem sobrenaturais, mas as doenças não têm características ou proporções para serem apresentadas ao Bureau, como mau funcionamento de órgãos ou distúrbios neuro-vegetativos.
Maior ainda é o número de males de tipo espiritual ou moral, casos que não são suscetíveis de análise médica.
Ainda mais vasto é o leque dos favorecidos com graças que resolvem problemas de índole familiar, afetiva, profissional, econômica etc., que não entram no âmbito da medicina.
A crise da Igreja e a “pusilanimidade” freiam muitos reconhecimentos
Pode-se perguntar: havendo mais de seis mil casos certificados como inexplicáveis, por que apenas 67 foram reconhecidos pela Igreja?
Em 1862 — isto é, quatro anos após as aparições — foram proclamados sete milagres, mas depois houve silêncio até 1907. Esse período foi marcado por governos ateus ou anticlericais na Franca, e o Prof. Chiron julga que os Bispos deixaram-se levar pela “pusilanimidade”.
Tinham medo de “ofender” governos que impulsionavam a Revolução anticristã, se declarassem publicamente a veracidade dos milagres.
Tal situação cessou com São Pio X. Este Papa, consciente do dever contra-revolucionário de todo Vigário de Cristo, deu mais uma prova de sua prudência e determinação.
Incitou corajosamente os Bispos franceses a reconhecerem os milagres, de preferência em cerimônia de grande aparato e edificação para os fiéis. Foi assim que entre 1907 e 1913 ocorreram 33 proclamações, a metade de todas as havidas em quase 150 anos de milagres.
Porém, com a morte do Pontífice santo, o “desinteresse dos Bispos” provocou um novo “silêncio da Igreja”. A omissão abrandou-se um pouco no fim do espantoso cortejo de catástrofes, com dezenas de milhões de mortes, da Segunda Guerra Mundial.
A partir de 1946 houve reconhecimentos eclesiásticos, embora a conta-gotas. Mas cessaram em 1965, ano de encerramento do Concílio Vaticano II.
“Bom número de Bispos tem podido julgar as proclamações de milagres como ‘inaptas pastoralmente’, considerando o espírito dos tempos pós-conciliares”, conclui o Prof. Chiron.
Entretanto, merecem menção duas felizes exceções: uma em 1976 e outra em 1978. Depois, o deserto de proclamações continuou até 1999, quando o Bispo de Angoulême (França) reconheceu canonicamente o caráter autêntico de uma cura.
Chiron registra uma tendência, entre altos eclesiásticos, de tratar a palavra milagre como se fosse proibida. Em seu lugar, utilizam-se fórmulas pouco claras para o comum dos fiéis.
Postaremos nos próximos dias , todos os milagres reconhecidos, um por um.
Fonte: Blog Lourdes
2 Comentários
O milagre é essencial.
É a prova mais incontestável da presença divina e ocorre apenas no Catolicismo.
Mas, a fé não pode ser desprezada. Precisamos acreditar na religião como um todo e em todo lugar.
Lourdes é um local santo e divino onde se operam milagres, mas não é único.
Nosso lar também deve ser santo e divido e operar milagres de todos os tipos(na resolução de problemas afetivos, familiares, profissionais, financeiros, etc.)
Fiquem com Deus.
É compreensivo esta prudencia por parte das autoridades religiosas pois diante dos avanços das Igrejas que se dizem evangelicas um falso milagre seria um “prato cheio” enquantos os incontestaveis fortalecem mais ainda a nossa fé em nossa Mãe querida e em seu Amantissimo Filho JESUS !