Vida banal em toda nossa galáxia?
Da Califórnia à Europa a comunidade científica pareceria afirmar que a vida poderia ser algo recorrente em toda a nossa galáxia e, portanto, banal.
Equivocar-se-iam, pois, os que pensam que nosso mundo tenha algo de especial e único. Nós, na realidade, seríamos como ervas que brotam em qualquer lugar, sujeitos à extinção ou a “nascer” por impacto de asteróides ou cometas, como certos cientistas acreditam ser o modo como se originou a vida em nosso planeta.
Essas teorias não negam uma divindade criadora nem uma Providência divina. Elas ignoram inteiramente a questão.
E se a realidade for como a descrita, a grandeza do drama que se desenrola sobre a Terra, de uma humanidade criada para glorificar a Deus, decaída pelo pecado de nossos primeiros pais e redimida por Nosso Senhor Jesus Cristo, pareceria enormemente reduzida. Essa impressão se forma, ainda que difusamente, em quem lê notícias similares à citada.
Desfazer impressões difusas é extremamente árduo. Contribuem para isso múltiplos fatores, um dos quais convém analisar: o triunfo da ciência sobre a “ignorância”.
Essa impostação poderia ser reduzida a uma regra de três: assim como, no passado, as teorias de Copérnico e Galileu “venceram” a ignorância e desfizeram o mito de que a Terra era o centro do Universo, também agora, quem não concorda com a visualização sugerida pelas descobertas científicas atuais arrisca-se a ter, no futuro, de reconhecer seu erro e pedir perdão…
Consideremos, porém: existe alguma prova apresentada em favor da tese de que há vida abundante no Universo?
Nenhuma.
Na realidade, os cientistas em questão baseiam-se em indícios e extrapolações para chegar à conclusão (apressada) de que existiriam “bilhões de sistemas solares com potencial para abrigar a vida”, ainda que “apenas 1% das estrelas da Via Láctea tiver planetas rochosos à sua volta” (OESP, ib.).
Que credibilidade dar a isso? É o que veremos a seguir.
Obras científicas contra-corrente: silêncio da mídia
Há algo de novo nos próprios meios científicos — dentre os mais qualificados — e que abala as “certezas” midiáticas.
Como era previsível, esses novos estudos e publicações têm pouca ou nenhuma repercussão junto à mídia brasileira. Esta, de modo especial, só tem “olhos” para aquilo que ela quer ver. E vendo, silencia fatos que lhe são desfavoráveis, apresentando apenas o que lhe convém.
Não fosse assim, já teríamos repercussões a propósito do que ocorre nos meios científicos e editoriais dos Estados Unidos e da Europa — conforme noticiamos em artigo anterior sobre evolucionismo e criacionismo (cfr. Catolicismo, nº 596, agosto de 2000) —, onde um número crescente de cientistas vem publicando estudos, livros e artigos contestando dogmas evolucionistas.
Recentemente veio a lume um livro que trata exatamente desse tema: Rare Earth: Why Complex Life Is Uncommon in the Universe (Sós no Universo: Por que a vida complexa é incomum no Universo), 333 pp., publicado pela editora Copernicus, em 2000.
Os autores são dois cientistas norte-americanos, Peter D. Ward e Donald Brownlee, ambos professores da Universidade do Estado de Washington, em Seattle.
O paleontólogo Ward é professor de Ciências Geológicas e especialista em extinções maciças. Brownlee é professor de Astronomia, e lidera a missão Stardust (Poeira de Estrelas) da NASA, e é especializado no estudo das origens de sistemas solares, de cometas e meteoritos. É membro da Academia Nacional de Ciências.
O enfoque adotado pelos professores Ward e Brownlee é muito original. Convencidos de que a vida no Universo é menos disseminada do que se supõe, resolveram explicar o porquê.
Com franqueza admitem: “Não podemos provar” que a vida animal seja rara no Universo. “Prova é algo raro em ciência. Nossos argumentos são post hoc, no seguinte sentido: examinamos a história terrestre e procuramos chegar a generalizações a partir daquilo que vimos aqui” (op. cit. p. IX).
Mas esses autores não ficam só por ai. É o que trataremos no próximo post.
Por Rosário A. F. Mansur Guérios
Fonte: Blog Ciência confirma a Igreja