Bispos reagem a propostas de descriminalização do aborto e união civil homossexual – Por Rafael Cariello
“Vemos nessas iniciativas uma atitude arbitrária e antidemocrática do governo Lula“, afirma o bispo d. José Simão: “A igreja é contra”
Em matéria publicada em 08 de janeiro, no Jornal “Folha de São Paulo“, O 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, tem provocado também reações de descontentamento e críticas ao governo do presidente Lula em setores da Igreja Católica.
Bispos, padres e católicos ligados a movimentos pró-vida reagem a quatro artigos do documento tornado público no mês passado. Os itens propõem ações coordenadas de governo para apoiar “a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto”, “mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos”, “a união civil entre pessoas do mesmo sexo” e “o direito de adoção por casais homoafetivos”.
A defesa desses valores é tão ofensiva a setores da Igreja Católica quanto foi, para os militares, a proposta de se criar uma “comissão nacional da verdade“, também contida no programa, com o objetivo de examinar as violações de direitos humanos praticadas durante a ditadura (1964-1985).
Atitude arbitrária
“Vemos nessas iniciativas uma atitude arbitrária e antidemocrática do governo Lula“, afirma d. José Simão, bispo de Assis (SP) e responsável pelo Comitê de Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que congrega as dioceses do Estado de São Paulo.
D. José declara que essa insatisfação é compartilhada por outros bispos brasileiros: “A igreja é contra. É claro que os arcebispos, os bispos são contrários [ao documento]”.
Ele afirma que tem entrado em contato com outros religiosos e que trabalha para articular um manifesto da igreja no Brasil em repúdio às medidas defendidas pelo programa de direitos humanos: “Pretendemos reunir, na primeira oportunidade, alguns bispos para discutir essa questão”.
O objetivo de d. José é conseguir uma declaração da CNBB sobre o tema, mas há bispos, mesmo entre aqueles que compartilham de sua indignação, que preferem não bater de frente com o Planalto. Vários religiosos e setores da igreja são aliados tradicionais da esquerda e do PT em outras causas defendidas no documento.
Grupos contrários ao aborto também têm se articulado para tentar fazer frente ao programa de direitos humanos. Maria Dolly Guimarães, presidente da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida, afirma que leigos têm escrito aos bispos pedindo que a igreja se manifeste sobre o tema.
“Matar uma pessoa não pode ser visto como direito humano”, ela diz. “Esse texto pretende fazer o bem virar mal, e o que é mal virar bem. Na minha opinião, que não é ainda a opinião da igreja, deveríamos fazer uma campanha para conscientizar o povo brasileiro.”
“Creio que o ambão [púlpito de onde se fazem as leituras da Bíblia e de onde o padre pode fazer o seu sermão aos fieis] vai começar a agir mais”, declara.
Contatada, a Secretaria Especial de Direitos Humanos não se manifestou.
Fonte: Jornal “Folha de São Paulo”
4 Comentários
Igreja reaje diante do DECRETO de Direitos Humanos, tecido pelo partido que ela própria ajudou a fundar? Nasceu sob suas bençãos e agora retroage? Não sabia, ora, que o PT(vide Marta Suplicy), sempre postulou pró-aborto; pró união homossexual; pró “desestabilização agrária” etc?
Finalmente parece que a CNBB levou um rechaço e um desprezo de seus apaniguados.
Em muitas questões políticas embrenhou-se, muitas pertinentes, outras… deprimentes.
Parece-me que os inimigos da igreja estão dentro dela mesma, fragmentando-a com posturas que não se coadunam com espiritualidade, religiosidade.
É visível que quem ganha são os inimigos de fora… pró-aborto..pró-baderna, pró-divisão da nação entre ricos e pobres, pretos e brancos…e por aí vai-se….
Espero que a Igreja se posicione firmemente contra qualquer ato que venha descriminalizar o aborto e que fique de olho na ideologia petista de direitos humanos, que s
Espero que a Igreja se posicione firmemente contra qualquer ato que venha descriminalizar o aborto e que fique de olho na ideologia petista de direitos humanos, que só visa proteger os baderneiros do MST.
Sim, unidos à Mãe Igreja, precisamos agir mais contra essas leis que querem nos impor, por serem tão contrárias à Lei de Deus. Os governos se unem entre si para destruir a moral, os bons costumes, a fé e as tradições do povo. Ficam todos amigos e bem vistos uns pelos outros, mas o Senhor tudo vê e a sua hora chegará.