Por Plinio Corrêa de Oliveira
Confiteor aos pés da celeste Advogada
“O penitente arrependido, humilde, de cabeça baixa, acerca-se da [gruta onde está a] manjedoura e dirige-se a São José e a Nossa Senhora. A São José, dizendo que não é digno, mas que o Padroeiro da Santa Igreja obtenha para ele, de Nossa Senhora, um olhar de compaixão. Obtém uma resposta de São José afirmativa e um apelo deste dirigido a Nossa Senhora. A Virgem Santíssima atende, sim, e recebe o penitente ultra-maternalmente. Ele então pede a mediação dEla para chegar até o Menino Jesus…
“Ele sente-se indigno de entrar e canta do lado de fora da gruta: ‘Até o bafo dos bois é considerado digno de estar aí dentro, porque está inserido na ordem criada por Deus. Mas eu sou o pecador que rompi, em determinado momento, com a ordem divina. E não sou digno de chegar aí perto. Onde até os animais entram, eu não entro! Mas se Vós, minha Mãe, cobrirdes-me com vosso manto, eu ouso tudo!’ Ela o cobre, e ele recita, então, um Confiteor. Depois, o Menino Jesus faz um gesto, que pode ser interpretado como o gesto instintivo de uma criança, mas que tem o sentido de um perdão”.
Súplica à Imaculada e Extremosa Mãe
Mãe nossa, Senhora do Universo, pedimo-Vos que depositeis junto ao Presépio de vosso Divino Filho este exame de consciência.
“Obtende-nos do Menino-Deus, Vós que sois Sua Mãe extremosa e sem mácula, uma contrição verdadeira e profunda por tanta indiferença, dúvida e mundanismo neste ano que se encerra. Indiferença, dúvida e mundanismo ante o sublime e o hediondo que marcam a fundo os acontecimentos atuais.
“Indiferença, dúvida e mundanismo, sinais inequívocos de um transbordante egoísmo e de uma inquietante falta de amor de Deus.
“Vós, porém, tomastes a iniciativa da reconquista de nossas almas, a mais difícil das reconquistas….
“Acabai, pois, Senhora, a obra que começastes. Não se detenha vosso braço no início da tarefa, nem descansem vossos pés antes de atingir a meta. Comunicai-nos a plenitude de vosso espírito, preparai-nos para os grandes lances que se apresentam diante de nós.
“Fazei com que o vosso espírito sagrado transponha os abismos de nossas misérias e de nossas infidelidades, como outrora o Verbo de Deus transpôs os abismos que O separavam da Criação para se unir a Vós.
“Mas, sobretudo, Senhora, fazei com que os acontecimentos finais se produzam, que a grande batalha profética se trave, que São Miguel venha e que Vós vençais.
“Tomemos em consideração, na história do Menino Jesus, o que se passou na sagrada casa de Nazaré nas conversas dEle com Nossa Senhora”.
Fonte: Catolicismo